Nem tão teen: Os sofrimentos do jovem Werther - J. W. Goethe

 Tananan!

 A Nem tão teen de hoje vem com um livro só, em primeiro lugar porque vou fazer uma resenha um pouco mais extensa do que o habitual dessa coluna, porque esse é mais um livro participante do Desafio literário 2013 - para o mês de Junho, cujo tema é Romance psicológico -, mas também porque acho que esse livro merece um post só para ele. Na verdade, eu poderia fazer uns 3 post's só sobre ele.

 Uma vez meu professor de Literatura, um cara dos mais bacanas do mundo, falou quase nada sobre esse livro na aula, só porque foi um dos primeiros livros do Romantismo, apesar de ser alemão (porque na escola estudamos só literatura brasileira e um tico portuguesa, né). Daí, um outro dia, eu precisava de algo para ler enquanto esperava minha mãe, fui na biblioteca da escola e resolvi pegar esse.

 A história é a seguinte: Werther é um cara muito sensível que vai viajar para uma outra cidade e envia cartas para um amigo próximo contando sobre sua vida. Então ele conhece a Lotte, uma mulher linda, gentil e casada. Se apaixona por ela, e sofre muito por conta desse amor. É isso. É. Só. Isso. O livro é todo escrito em cartas que o Werther envia para seu amigo, e grande parte das cartas contam muito mais seus pensamentos, sentimentos e sensações do que fatos.

 A escrita de Goethe é muito poética. O personagem é um típico romântico que vai de extremamente apaixonado pela vida e a natureza a um sofredor que lamenta a ausência de sua amada, uma mulher perfeita. A descrição das cenas, dos jardins, das dores de Werther me causaram sensações físicas e quase pude sentir exatamente o que ele sentia. E a história, por mais que sem muitos acontecimentos, nunca se arrasta, porque ele é muito intenso, então cada carta é cheia de significado.

 Se não fosse o bastante a escrita maravilhosa, o autor traz á tona muitas discussões. Algumas conversas que Werther teve com outras pessoas muito diferentes, algumas chateações que acontecem com ele, algumas considerações que ele faz sobre as pessoas e a sociedade: é tudo o tipo de coisa que faz o leitor pensar e avaliar alguns conceitos que talvez nunca sequer tenha se perguntado. E, particularmente, muitas vezes o personagem disse exatamente o que eu diria.

 Até gostaria de fazer uma resenha um pouquinho mais imparcial, mas não consigo. Não consigo encontrar um ponto negativo no livro, porque gostei de tudo - inclusive do final. É incrível.

Avaliação: 5/5 <3

“Mas o mau humor não seria antes uma irritação íntima em razão do sentimento de nossa própria insuficiência, um descontentamento em relação a nós mesmos, ao qual se junta sempre a inveja em razão de uma vaidade idiota? Quando vemos algumas pessoas felizes, sem que para isso tenhamos contribuído, essa felicidade nos é insuportável.”

Beijo,

Ná Mazzilli