Branca como o leite, vermelha como o sangue - Alessandro D'Avenia

Autor: Alessandro D'Avenia
Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 9788528615050
Número de páginas: 368
Sinopse: Leo é um garoto de dezesseis anos como tantos: adora o papo com os amigos, o futebol, as corridas de motoneta, e vive em perfeita simbiose com seu iPod. As horas passadas na escola são uma tortura, e os professores, “uma espécie protegida que você espera ver definitivamente extinta”. Apesar de toda a rebeldia, ele tem um sonho que se chama Beatriz. E, quando descobre que ela está terrivelmente doente, Leo deverá escavar profundamente dentro de si, sangrar e renascer para a vida adulta que o espera. 








  Gosto de contar, sempre, minha relação com os livros. Isto porque faço aqui resenhas muito pessoais, de acordo com o que sinto ao ler e não apenas sobre a história e seu desenvolvimento porque, afinal, não sou formada para isso e interpreto tudo o que leio de acordo com a minha própria carga emocional. Pois bem, vi uma vez a Marina, do Minha vida por um livro, falar muito bem desse livro. Na hora me deu vontade de comprar, mas fiquei um pouco receosa porque nós temos gostos bem diferentes, e acabou que na Bienal do ano passado minhas amigas fizeram algum acordo pra ele sair mais barato, e eu comprei.

 Quando comecei a ler, pensei que não ia gostar. Acontece que o Leo me pareceu muito bobo, muito dramático, muito exagerado. Não sei como é a cabeça de um garoto de dezesseis anos, mas ele me pareceu infantil demais. Acontece que, conforme a leitura progrediu, comecei a me envolver bastante com o personagem. É interessante porque o autor faz o leitor descobrir junto com o protagonista que ele é inteligente, apesar de ter medo de se descobrir e descobrir o mundo.

 Conforme o livro avançou, o autor me ganhou e na metade dele eu já estava com pena de acabar. A escrita é maravilhosa, ao mesmo tempo tão simples e subjetiva. A narrativa é fantástica porque o tempo todo faz considerações sobre a vida, sobre o amor, a felicidade e os sonhos. O que para alguns pode até parecer piegas, para mim soou extremamente sensível. As cores, ás quais o título faz referência, estão presentes o tempo todo, dando um tom muito especial à história.

 Não quero contar muito sobre a trama, porque acredito que o desenrolar não seja o ponto principal, e sim os personagens e suas descobertas. Basicamente, trata-se de uma história sobre o Leo e a Beatriz, sua paixão platônica. É, sim, uma sick lit (literatura com doenças envolvidas) mas, diferentemente de muitas outras, traz consigo uma carga de reflexão que vai muito além disso. A forma como esse livro me tocou não pode e nem deve ser dita em palavras. Mas leiam, eu recomendo muito.

Avaliação: 5/5 <3

"Este é o segredo da felicidade: ser você mesmo e pronto. Ser aquilo que você foi chamado a ser."

PS: Essa resenha faz parte do Desafio literário 2013 para o mês de
Julho, cujo tema é Livros com cor ou cores no título.