domingo, 17 de maio de 2015

A importância do ato de ler

 Oi!

 Não sei se já cheguei a comentar aqui, mas esse ano comecei a cursar Pedagogia. Um dos primeiros textos que li pra faculdade foi sobre a leitura, e achei que seria interessante falar um pouquinho sobre ele aqui no blog. Então, finalmente tirei um tempinho pra conversar com vocês! Pra quem tiver interesse de ler o texto na íntegra (recomendo, aliás), aqui está o link. É do Paulo Freire, e foi publicado num livrinho chamado "A importância do ato de ler em três artigos que se completam".

 O texto traz algumas discussões bastante interessantes sobre o modo como andamos lendo atualmente e, mais do que isso, sobre o modo como estamos ensinando as crianças a ler. Ele fala sobre uma coisa que achei muito bonita: a palavramundo. Diz que, antes mesmo de aprendermos a ler as palavras, sílaba por sílaba, a gente já começa a aprender a ler o mundo ao nosso redor, com toda a curiosidade que a gente tem quando é criança. E que, portanto, toda leitura que fazemos já vem carregada da nossa própria experiência. Acho que é por isso que um mesmo livro pra mim é diferente pra você.

"Os “textos”, as “palavras”, as “letras”, daquele contexto se encarnavam também no assobio do vento, nas nuvens do céu, nas suas cores, nos seus movimentos; na cor das folhagens, na forma das folhas, no cheiro das flores - das rosas, dos jasmins -, no corpo das árvores, na casca dos frutos."
 O autor ainda traz, na discussão, uma questão que sempre pensei, como leitora. Pensava se o modo como nos ensinam a língua, na escola, com tantas regras e exceções, realmente era o que formaria a nossa escrita. Pra ser sincera, sempre tive muita dificuldade em aprender gramática, mas me virava bem porque era acostumada a ler. Paulo Freire escreveu, mais ou menos nessa mesma ideia, que para memorizar algo não bastava uma leitura mecânica, seria preciso realmente apreender o assunto.

 Ainda tem uma coisa, no texto, que acho que atinge nós, leitores. Quantas vezes você ouviu alguém dizer que não gosta (ou gostava) de ler porque foi obrigado a ler os clássicos na escola?

 Reconheço o valor dos clássicos, e isso o autor também faz, mas questiona até que ponto os professores estão realmente incentivando a leitura quando determinam os livros e a quantidade de páginas que os alunos devem ler - ou melhor, engolir, porque na maioria das vezes não diz respeito aos interesses deles. E tem mais uma coisa! Será que, quando alguém se propõe a escrever um livro, atualmente, está interessado simplesmente em preencher um grande número de páginas? O Danilo, do Cabine literária, fez um vídeo sobre mais ou menos isso.
"A regência verbal, a sintaxe de concordância, o problema da crase, o sinclitismo pronominal, nada disso era reduzido por mim a tabletes de conhecimentos que devessem ser engolidos pelos estudantes. Tudo isso, pelo contrário, era proposta à curiosidade dos alunos de maneira dinâmica e viva, no corpo mesmo dos textos, ora de autores que estudávamos ora deles próprios, como objetos a ser desvelados e não como algo parado, cujo perfil eu descrevesse."
É isso, pessoal! Caso tenha ficado mal explicado algum ponto que eu trouxe, recomendo que façam vocês mesmos a leitura. Pensei que seria interessante falar sobre esse texto com vocês pra, quem sabe, vocês dividirem opiniões sobre esses temas. Nos contem, também, o que acham desse estilo de post mais diferente, ok?

Beijo,
Ná Mazzilli

2 comentários:

  1. Oi, Ná.

    Sempre gostei de ler, mas travei nos clássicos.

    Hoje a coisa está melhorando, pois já recomendam leituras mais atuais, como Jogos Vorazes e Divergente. Eu sou a favor disso, o jovem leitor toma gosto pela leitura e termina ficando maduro, com capacidade intelectual para desejar ler os clássicos, dentre outros livros.

    Também acho que cada leitor tem o direito de interpretar o livro conforme sua visão. Isso derruba completamente as respostas predeterminadas acerca da interpretação do texto. Essa conversa dá pano pra manga, hein?

    Beijos,

    Isie.

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  2. Oi, Ná.

    Sempre gostei de ler, mas travei nos clássicos.

    Hoje a coisa está melhorando, pois já recomendam leituras mais atuais, como Jogos Vorazes e Divergente. Eu sou a favor disso, o jovem leitor toma gosto pela leitura e termina ficando maduro, com capacidade intelectual para desejar ler os clássicos, dentre outros livros.

    Também acho que cada leitor tem o direito de interpretar o livro conforme sua visão. Isso derruba completamente as respostas predeterminadas acerca da interpretação do texto. Essa conversa dá pano pra manga, hein?

    Beijos,

    Isie.

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